Diante da nossa casa havia um imenso terreno baldio,
uma floresta de eucaliptos onde cada dia inventávamos uma aventura.
Um buraco na terra virava um esconderijo,
bolas de mamona eram balas de canhões.
Então resolvemos montar um museu de borboletas.
Não borboletas espetadas em tábuas:
vivas, como passarinhos em gaiolas.
Seria um zoológico de borboletas coloridas aberto à visitação da vizinhança.
Compramos muito papel celofane,
fizemos uma enorme caixa transparente no quintal e fomos à caça.
Num dia lotamos a caixa com vasos de flores e bichinhas voadoras de todas as cores e tamanhos.
No dia seguinte, antes que alguém tivesse podido apreciar nosso tesouro, demos com a caixa vazia,
o chão forrado de asas.
Há 40 anos, especialmente na primavera e no verão,
páro tudo
a apreciar os rodopios das borboletas.
Alegria breve, imperdível.
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