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Saí de Mapurilândia, no Amazonas, para navegar num barco improvável, uma rabetinha, com um piloto que poderia ser meu neto. Eu, recém-chegada da cidade grande, armada de gravador, máquina fotográfica, e com a pretensão de escrever uma cartilha sobre pesca de pirarucu para os próprios pescadores de pirarucu. Aldemiro, garoto do mato e do rio, com os pés descalços, armado de faca e arpão.
Eu perguntava e ele respondia. Depois, tinha de traduzir, porque alguma coisa nas palavras, na construção das frases, não fazia sentido pra mim.
Uma hora após o embarque seguíamos por um cano d`água cheio de tocos que levava ao lago. Foi aí que Aldemiro me saiu com esta lição inesquecível:
“A senhora é sabida nas letras que não têm utilidade, mas não entende do que tem serventia. Aqui eu sou o professor”.
E era mesmo! Dos bons!
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