Quem anda desanimado ao sair de casa com a perspectiva de enfrentar trânsito, buzinas, filas por todos os lados, e sujeira, muita sujeira, não caia na besteira de pensar na alternativa da casa no campo. Isso é poesia do tempo em que Belchior não tinha rugas nem crises de sumiço. Coisa pra moçada bicho grilo.
Cidades são boas soluções para uma vida confortável e saudável, com contato social e estímulos culturais. A questão é escolher. Além das interioranas, grandes centros urbanos têm superado problemas provocados pela superlotação. O pulo do gato: administadores que vendem suas cidades como produtos, objetos de desejo – e, ao atrair investimentos e empregos, melhoram o estado geral das coisas.
No Brasil, o Pelourinho, em Salvador, na Bahia, é caso exemplar. O casario dos séculos XVI ao XIX havia se transformado em um amontoado de cortiços em ruínas. A transformação começou com a limpeza e a reforma de 600 casarões que foram ocupados por bares e restaurantes, lojas, consulados e escolas. Depois, aos poucos, chegaram moradores. A área voltou a ser valorizada e frequentada por artistas e intelectuais.
Curitiba, no Paraná, é a sétima cidade mais populosa do Brasil e aquela onde se encontram os melhores indicadores de qualidade de vida – ensino excelente, ótimo sistema de transporte, variada e rica vida cultural, sistema de transportes impecável, e a maior área verde por habitante do país. Foi planejada para ser local de vida boa.
No mundo, é notório o caso de Londres. Deixou de ser centro industrial. Há décadas, todas as semanas acontecem 1.500 eventos culturais na cidade. Os monumentos foram limpos, o Rio Tamisa foi despoluído e em suas margens há caminhos para ciclistas. Para completar, criou-se uma organização dedicada a marquetear o paraíso londrino.
Nova York chegou a ser recordista mundial em criminalidade. A prefeitura cortou impostos, reurbanizou becos e pontos turísticos e atraiu empresas de serviços. Estão na cidade 49 das 500 maiores empresas americanas. Os turistas chegam às dezenas de milhares todos os anos – mesmo com o terrorismo que se faz acerca dos riscos de terrorismo por ali.
Quer dizer, o negócio é abrir o mapa, passear pela internet, botar o pé na estrada, experimentar alternativas ... E achar aquela cidade onde seja possível curtir os amigos, os discos, os livros, e muito, muito mais.
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