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domingo, 24 de maio de 2015

Silêncio musical

Há momentos em que ouvir música é muito bom e outros em que não há nada melhor do que o silêncio.
Pesquisadores da Faculdade de Psicologia da University of Wales Institute debruçaram-se por quase uma década sobre as seguintes questões.

  1. Ouvir música faz bem à saúde mental?
  2. O efeito de ouvir uma música de que a pessoa goste é o mesmo que se verifica quando ela ouve uma música de que não gosta?
  3. É melhor trabalhar ou estudar com música ao fundo ou em ambiente silencioso?

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Emoção primordial

Compaixão. Tema de coloração religiosa às vésperas do dia de Nossa Senhora de Aparecida, padroeira do Brasil. Milhões de pessoas aflitas, flagelando-se, em prantos.

Seria demais querer entender tamanha esperança de resolver problemas da vida com uma parada na Basílica de Nossa Senhora Aparecida,  construção que mais parece um shopping center, com passarela monumental (inclusive no que diz respeito ao mau gosto) e centro de apoio ao romeiro.

Mas a compaixão sempre me interessou – especialmente a falta dela. E me ponho a fazer uma pesquisa rápida em escritos de pensadores acerca do assunto.

Para Jean-Jacques Rousseau, que formulou a teoria do bom selvagem, compaixão é sentimento natural que independe de educação – e que é responsável pela sobrevivência do gênero humano, muito mais do que a razão. Mas há idéias mais céticas.

Friedrich Nietzsche e Antoine de Saint-Exupéry falam do lado perverso da compaixão – daqueles que experimentam prazer em serem cuidados e exploram o outro; e da ambiguidade desta emoção que provoca sofrimento e satisfação. 

Passeando pela internet descubro um estudo de uma equipe do Departamento de Arqueologia da Universidade de York, na Inglaterra. 

Os pesquisadores utilizaram equipamentos de neuro-imagem para examinar evidências arqueológicas do desenvolvimento de emoções e da compaixão em humanos primitivos, de seis milhões de anos atrás até os Neandertais e os homens modernos. 

Partiram do momento em que o ancestral comum de humanos e chimpanzés experimentou a motivação para a ajuda mútua. Depois, constataram que o Homo Erectus dedicava tratamento especial a mortos queridos – o que sugere sentimento de luto.

Entre 500 mil e 40 mil anos atrás, os Homo Heidelbergensis e os Neandertais caçavam juntos, organizaram estruturas de atendimento de rotina a feridos e doentes – e há, inclusive, evidências de que ao invés de abandonarem pessoas com problemas congênitos, cuidavam delas por décadas.

Há 120 mil anos os seres humanos modernos demonstram compaixão por estranhos, animais, objetos e até conceitos abstratos. 

"Compaixão é talvez a emoção mais fundamental do ser humano e o registro arqueológico tem muito a contar sobre sua pré-história", diz Penny Spikins, que liderou a pesquisa. Não falou na falta dela. Em seres humanos sem compaixão.

O artigo sobre os sentimentos intangíveis dos seres humanos está na revista Time and Mind: chama-se Compassion from the earliest archaic to modern humans. Os pesquisadores também lançaram o livro The Prehistory of Compassion, disponível para compra online.

A foto do modelo de um homem Neandertal foi feita por Javier Trueba e é da Science Photo Library.

domingo, 10 de outubro de 2010

Música nem sempre faz bem

Há momentos em que ouvir música é muito bom e outros em que não há nada melhor do que o silêncio. 
Pesquisadores da Faculdade de Psicologia da University of Wales Institute debruçaram-se por quase uma década sobre as seguintes questões.
  1. Ouvir música faz bem à saúde mental?
  2. O efeito de ouvir uma música de que a pessoa goste é o mesmo que se verifica quando ela ouve uma música de que não gosta?
  3. É melhor trabalhar ou estudar com música ao fundo ou em ambiente silencioso?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tempo relativo

Como usamos nosso tempo? Somos governados pelo relógio? Quais as consequências dessa constatação em nossos relacionamentos, em nossos corpos e mentes? Poderíamos optar por alternativas diferentes? 

Essas são algumas questões que afloram do livro A Geography of Time, do psicólogo estadunidense Robert Levine – lamentavelmente sem tradução para o português.

Mas comecemos do princípio. Levine era um psicólogo bem sucedido nos Estados Unidos até ser convidado a dar aulas na Universidade Federal Fluminense, no Rio de Janeiro. A experiência  provocou uma guinada em seus estudos. 

O professor desembarcou no aeroporto do Galeão poucas horas antes da aula inaugural, e sua bagagem não aparecia na esteira indicada. Quando perguntava, aflito, ouvia uma resposta tranquilizadora: aguarde só um minutinho...

O minutinho levou quase uma hora. Levine agarrou a valise, correu para o ponto de táxi, sofreu com o trânsito congestionado, desembarcou na portaria da escola e desembestou pelos corredores para chegar à sala onde já deveria estar a postos. Suava, respirava com dificuldade, e notava que no caminho ultrapassava estudantes caminhando calmamente em direção à mesma sala. Logo descobriu que eram seus alunos, que entravam atrasados sem constrangimento. 

O sentimento de estranheza crescia e agravou-se quando, ao terminar o horário da aula, morto de fome e sono, Levine teve de permanecer em pé, atender alunos, responder questões, refletir sobre problemas interessantes… Ninguém não dava sinal de desejar ir embora!

Levine formulou uma hipótese: o tempo do brasileiro é diferente do tempo do americano. De volta aos Estados Unidos, mobilizou estudantes para promover experimentos em diversas partes do planeta. Eles mediram desde a velocidade média de caminhada de trabalhadores em horário de almoço em avenidas movimentadas, até o tempo despendido para a compra de um selo numa agência de correios, passando pela precisão dos relógios em praças centrais de grandes cidades.

Analisou 43 países. Ao concluir que povos diferentes percebem o tempo de formas diversas, Levine deu o passo seguinte. Comparou a precisão na percepção do tempo com o grau de desenvolvimento das economias. Segundo apurou, os povos mais ricos são os mais atentos ao relógio. 

A questão que ficou: a riqueza implica necessariamente em melhor qualidade de vida? Sim, porque muitos dos povos pesquisados, que sequer têm relógio na praça ou no pulso, têm saúde e alegria... E gozam a vida de maneira calma e contemplativa...

A imagem da ampulheta foi retirada do site historia.pro.br. 
As demais estão disponíveis na página de Robert Levine no site da California State University, Fresno: http://psych.csufresno.edu/levine/

sábado, 25 de setembro de 2010

Tesão I

Ah, como ela era apaixonada por ele! Alto, claro, olhos verdes, sabidão, rico, educado... e simpático como poucos. Um achado!
Morena franzina, caipira, semi-analfabeta, Meio índia, meio selvagem, rústica. Ela simplesmente não era capaz de crer que ele a pudesse achar a mais atraente entre as mulheres. 
Os dois formavam um lindo casal, mas ela sentia-se inferiorizada e mordia-se de ciúmes do maridão que não sabia se seria capaz de manter. 
Armou então uma estratégia. Esperava-o todas as noites com as crianças no quarto, adormecidas, o jantar à mesa e... Nua em pelo, pronta para o sexo. Sua ideia era cansar o marido, satisfazê-lo de tal forma, que ele não tivesse energia para procurar aventuras fora de casa.
O truque funcionou por bom tempo, mas um dia ele cansou. Desapareceu.
Veio a depressão. Aos 40 anos de idade ela matriculou-se no ensino elementar de uma escola pública. Era uma figura excêntrica de uniforme e meia soquete no meio da meninada.
Anos depois, filhos criados, uma renca de netos, o marido voltou. Manso. Doce. Apaixonado? Vai saber. Ela abriu a porta, ele entrou e não saiu mais.