Tínhamos passado semanas perambulando por desertos, matas, vales, montanhas, vilas, cantos e recantos do interior mexicano.
Em nosso último dia na Cidade do México, mal desembarcamos no aeroporto local, resolvemos que merecíamos um jantar decente, em mesa com toalha, com garçom de roupa branca, sem violões aos berros em nossos ouvidos... Coisas assim... Confortos mínimos dos quais andávamos esquecidas.
Fomos ao que era conhecido como o melhor restaurante local, na avenida mais badalada da cidade. Quando o maître deu comigo e com Luciana à porta de entrada, não pode conter uma careta. Estávamos descabeladas, empoeiradas, horrorosas. Mas queríamos ser bem tratadas, nos disseram que aquele era o lugar, e ficaríamos a qualquer custo.
Explicamos que viajávamos há dias, que desejávamos comer muito bem, fomos ao banheiro dar um tapa na aparência, pedimos tequilas – as mais bem servidas entre as que tomamos no México, é preciso reconhecer – e, diante do cardápio variado, solicitamos uma sugestão ao garçom... Com um jeitinho brasileiro que estrangeiro jamais compreenderia:
– Queremos algo que nos faça felizes!
Erro fatal.
Bueno, o prato chegou depois de muuuitas doses de tequila. Mas ainda estávamos sóbrias o bastante para estranhar o que tínhamos diante de nós. Era uma obra de arte, certo. Algo feito com um molho branco, de uma planta nacional, enfeitado com sementes de romãs... E gelado!!!!!
Se o prato tivesse apenas sabor esquisito, até poderíamos ter aguentado. Mas precisávamos de algo quentinho, que afagasse nossas almas... À primeira garfada, não pudemos conter um argh em uníssono...
Luciana estava inconformada, brava mesmo. O restaurante revelara-se chique, mas era só aparência. O atendimento era ruim, o cardápio sofrível e o preço salgadérrimo.
Chamou o maître, deu-lhe um passa-moleque à moda das nossas avós, pagamos as tequilas e saímos.
Poucos metros adiante, havia uma cantina italiana. Resolvemos comer pasta. Sem riscos. Serviço impecável, ótimo vinho, mesas postas à varanda... Tudo isso na mesma badalada Avenida Presidente Masaryk. E baratinho, baratinho.
Sua cara de incrédula na foto está muito divertida.
ResponderExcluirah eli, que legal! saudades das nossas aventuras por aí, desse méxico lindo, dos caldos deliciosos dos lugares simples...e principalmente da sua companhia, coisa rara nos últimos tempos...
ResponderExcluiro garçon ainda veio reclamar que eu não deixei gorjeta! só faltava mesmo...
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMe deliciando!
ResponderExcluirbejo enorme
ai, que bom ler seus comentários!
ResponderExcluirIvan, foi tudo mesmo muito incrível! Aliás, essa viagem tem histórias inacreditáveis!
Lu, também morro de saudades de vc, da sua companhia, das nossas aventuras - amanha vou ver se escrevo o causo da sopa de camarao, do tio do engenheiro, recuerdate?
Diana, delicie-se. Escrevo pra lembrar, mas descobrir que isso pode ser divertido para outras pessoas é bom demais!!!
beijos pros três
eli
Ah, Ivan, vc notou minha cara de espanto e nem comentou a cara de nojo da Lu????
ResponderExcluirimagina o que foi aquilo!!!
Ótima aventura!!! É disso que vivemos não é prima?
ResponderExcluirO máximo!!
É, Ju, escrevendo acabo atinando com isso: a vida é mesmo uma aventura - quer a gente saia de casa, quer fique quietinha lendo um livro ou vendo TV...
ResponderExcluirMas essa saga mexicana dá muito mais frutos - vou escrever aos poucos, conforme a memória ajudar...
beijo grande