Conheci ainda jovem, recém-chegado ao Brasil com uma mão na frente e outra atrás, um karateca talentoso, que se tornou campeão reverenciado e dono de uma academia na Avenida Vergueiro, a BUtoku-kan: Takedo Okuda.
Não era um tipo muito sociável. E sua disciplina militar não me atraía. Em todo o caso, estava em todos os lugares, onipresente, enquanto eu treinei karatê.
Os anos passaram. Mais de uma década mais tarde, já trabalhando como jornalista, fui escalada para ir à casa de uma socialyte, uma figura chiquérrima, magérrima, elegantérrima, viajadíssima, que morava numa casa deslumbrante nos Jardins, em São Paulo.
A entrevista era sobre negócios, mas o papo foi rolando, eu tinha de saber alguma coisa sobre sua vida para dar tempero à reportagem, e acabei trombando com algo completamente inesperado.
Minha entrevistada participava de um grupo de meditação, yoga, taichi... Uma mistura que, segundo ela, trazia paz e propiciava a confraternização entre as pessoas. O grupo, seletíssimo, fazia uma hora de exercícios e, ao final, degustava um jantar gourmet regado a vinhos e champanhes. Um luxo total.
Quem era o instrutor, o mestre, que cobrava uma baba pelo serviço e no final filava a boia? Takedo Okuda! Aquele meu velho conhecido!
Nenhum comentário:
Postar um comentário