Não era uma mulher comum.
Como qualquer garota, cresceu brincando; como outras moças, teve muitas amigas, foi a festas, namorou.
Casou e teve quatro filhos. Marido ausente, trabalhava para manter a casa, educar as crianças, ter um tempinho para conversar com as plantas do jardim, e ainda ajudar vizinhos e conhecidos.
Tentava ensinar filhos e netos com seu exemplo. Nunca foi de passar sermão. Era de fazer. E de conversar manso.
Nunca conheci pessoa melhor. Boa. Mesmo. Maria era seu nome.
Uma vez a vi na rua, cabelos brancos enrolados num coque, saia comprida. Passou por ela um menino sujo, com o nariz escorrendo. Maria segurou a ponta da saia, limpou o rosto do garoto, conversou com ele, os dois sentados no meio fio. Então o menino seguiu para um lado e ela para outro.
Simples rotina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário