quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Pescados Capitales




O título desse texto é o nome de um restaurante em Lima, no Peru. Fomos para lá como um refresco, depois de termos enfrentado uma maratona de viagens pelo país. Comer bem é sempre bom. O ambiente é arejado e claro, com telhado de palha trançada, muito verde e madeira rústica. O cardápio é um livro. Os pratos são classificados por tipo de pecado: santa ira, luxúria freudiana, sentimentos de culpa... E por aí vai. O que pedir?

Primeira coisa que aprendemos: pisco se toma bom, e puro. Se preferir pisco saur, peça sin uevos (na receita con uevos o pisco é batido com clara de ovo...). Estávamos Bob, Samuel e eu. Os dois comportadíssimos. Eu observando para ver se descobria o prato mais pedido na casa.

Foi assim que vi, numa mesa, três senhoras que já haviam terminado o almoço, mas continuavam tomando pisco a hablar e hablar. Era com elas que eu iria resolver meu problema. Levantei, me apresentei, e expliquei que queria uma recomendação – saber o que de melhor se poderia provar entre os pecados que o cardápio oferecia.

Gabriela, uma das minhas novas amigas, logo chamou o maître e encomendou “aquele peixe, como eu gosto, para a senhora”. Nunca soube que peixe era, mas não importa. A questão estava encerrada. Sentei. Soube que Gabi viera ao Brasil quando jovem, que ficara encantada, que guardava belas lembranças. Bem que apresentei meus amigos às três peruanas, mas eles preferiram sair logo da vizinhança...

Nosso almoço correu assim. Bob e Samuel ficaram borocochôs – os pratos que escolheram não tinham nada de especial. O meu era lindo e apetitoso. À saída, as três, que permaneciam no restaurante, nos propuseram um brinde com um copito de pisco produzido em Ica, a terra de Gabi.

Conversamos, eu e Gabriela, por no máximo meia hora. Isso em 2007. Nunca mais deixamos de nos corresponder por email.

Se ficar curioso, dê uma passeada pelo site do restaurante:
http://www.pescadoscapitales.com/

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