

Foi Walter Alva quem descobriu a tumba do Señor de Sipán, imperador da civilização Mochica. Os Moches mantinham organização hierárquica imperial equiparável à do Egito Antigo, e calcula-se terem controlado a costa norte do Peru por cerca de um milênio, entre 300 antes de Cristo e 700 depois de Cristo. Alva demonstrou que este povo tinha tecnologia para construir grandes obras como canais de irrigação, pirâmides e muralhas – tudo em barro. Quando se passeia pelas cercanias do sítio arqueológico de Sipán, o que parecem ser montanhas como outras quaisquer são pirâmides ou fortificações que guardam uma história ainda pouco conhecida.
Alva começou a esquadrinhar a região em 1987, depois de ter sido alertado pela polícia de que havia saqueadores na área. Ao responder ao chamado, deu-se conta de que estavam levando dos morros de Lambayeque mais do que cacos de potes de cerâmica: havia colares de prata, esculturas rituais e muito mais sob a poeira vermelha.
O local é cenário de rituais religiosos e cemitério da nobreza da antiga civilização. Ali já foram localizados 16 túmulos. Os primeiros, do Senhor de Sipán e do Velho Senhor de Sipán, com acompanhantes, serviçais, objetos e joias. O achado mais recente, de 2010, é de tumbas que guardam os restos mortais de três pessoas: um adolescente com cerca de 13 anos de idade, uma mulher e um homem ainda não identificados.
Para Alva tudo isso é muito interessante. Pode levar à compreensão do passado peruano. Mas ele considera mais importante outro resultado. A recuperação da autoestima daqueles que vivem onde antes havia riqueza e atualmente grassa a pobreza.
– A sabedoria dos povos que eram capazes de plantar e produzir nesta região árida perdeu-se. Está sob a terra. Precisamos recuperá-la para ajudar as gentes de hoje.
A Unesco publicou entrevista com Walter Alva em http://www.unesco.org/courier/2001_04/uk/doss26.htm
O link do Museo Tumbas Reales de Sipan é www.tumbasreales.org
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