1985. Alta Floresta, Mato Grosso. Pista de pouso de chão batido. Um voo comercial por semana para Porto Velho, em Rondônia. Movimento incessante de aviões pequenos.
Ruas retas e largas. Calor e vento. Poeira em suspensão. Tudo era amarelo, inclusive as folhas das árvores amazônicas.
Uma única pensão com telefone – fachada amarela. Para chegar, só a pé. Um refrigerante custava o mesmo que um bom vinho francês em São Paulo.
Área de garimpo. Barrancos em beira de rio. Milhares de homens enfrentando doença, fome, violência.
O diretor da empresa que ganhara do governo o direito de explorar a região, e expulsava os garimpeiros, tinha uma casa no alto de um morro. Portas e batentes vermelhos. Era ali que fazia reuniões, cercado por guachebas armados.
Espalhou fotos sobre a mesa. Naquela semana mais de cem pessoas haviam sido mortas num barranco. Chacina não noticiada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário