Ele judeu húngaro imigrado no pós-guerra, vendedor de brindes. Ela presbiteriana, professora na rede pública do estado. Conheceram-se num ponto de ônibus, em tarde de chuva. Namoraram contra a vontade das famílias. Casaram sem renda que garantisse confortos mínimos. Logo tiveram filhos – dois, um após o outro. Moravam num apartamento minúsculo, as crianças sem espaço para brincar.
Ela deixou a roupa limpa sobre a cama para passar quando voltasse da escola. Ao chegar, deu com os garotos às gargalhadas, pulando no colchão e nas roupas com os pezinhos imundos.
Olhar fulminante. Parada geral.
Hoje os filhos são quatro. Os netos, sete. Todo o conforto. Mas ela não esquece aquele dia – a dor, o sofrimento, o desespero... E a veemência com que encarou os moleques, afinal tão divertidos, inocentes e ignorantes a respeito das dificuldades da família.
Olhar 45, bala de prata.
Alguém canta um verso assim, não?
Fantástica história!!!
ResponderExcluirQue delícia... As mulheres da nossa família são o máximo!
Hehe!
ResponderExcluirMuuitas histórias pra contar!
Sempre penso que não terei tempo, habilidade, memória pra tudo...