A rua, recém-alargada, se transformara numa estrada de três pistas em cada mão, ligando São Paulo a Diadema. O caminho, antes congestionado, ficara com trânsito fácil. Mas não havia sinalização, radar de controle de velocidade ou obrigatoriedade de uso de cinto de segurança.
O caminhão parou no alto de uma lombada, atravessado no meio da avenida, para fazer uma manobra. Quem vinha naquela direção não tinha como perceber o risco que corria.
Ruídos de freios e buzinas, rodas sobre o canteiro central, xingamentos.
No primeiro farol vermelho, o motorista abriu a porta da cabine do caminhão, desceu, e acertou a mão espalmada no rosto de uma mulher grávida que dirigia seu Fiat 147 com o pensamento distante.
– Isso é pra você aprender a ter educação!
Virou-se e desapareceu.
Os carros voltaram a rodar. A mulher nunca mais tocou na buzina.
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