segunda-feira, 18 de maio de 2015

Sem tempo

Ai, que não chega nunca. Ai, que nunca me atendem. Ai, que isso não acaba.
Aguinaldo corria, corria, corria, mas não dava conta. Para evitar a agonia de ficar parado no trânsito, preferia caminhar a andar de carro ou de ônibus. Metro, então, nem pensar. E se parasse embaixo da terra?
Vivia insatisfeito. Quando saía para trabalhar e quando voltava para casa.
Em casa, queria relaxar. Sentava no sofá e ligava a TV. Um erro. Via dez propagandas e um pedacinho de filme ou do que quer que seja. De novo as mesmas propagandas. Um pedacinho da programação e muita propaganda - repetida.
Um dia a pressão de Aguinaldo começou a subir, subir, subir... Ele correu para a rua em direção ao hospital.
Claro, a enfermeira não chegou. Aguinaldo, desatendido, apagou na cadeira de espera. Virou notícia no jornal das 8.

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