sábado, 16 de maio de 2015

Para ficar esperto

Há alguns anos, jargões de cientistas viraram lugar comum em conversas de botequim, de salão de cabeleireiro, de pátio de escola – efeito estufa, mudanças climáticas, emissões de carbono, tecnologias limpas, boas práticas, volume morto... 
Não sem razão. É só sair de férias para aquela praia de sempre e perceber a alta exagerada da maré, a redução da faixa de areia. Ou ter de vestir casaco e cachecol em plena primavera. 
Impossível ignorar as transformações que ocorrem por todo lado.

Tem muita gente reciclando lixo, usando aquecedores solares, tomando pequenas medidas de economia e limpeza. O problema, no entanto, é maior do que as providências adotadas. 
Sair à rua numa grande cidade é sempre um choque. E o que dizer da indescritível experiência de fazer uma viagem de avião – com a inevitável passagem pelo aeroporto? Gente demais, correria demais. 
Tudo o que é demais é demais. Para a nossa paciência e também para a tolerância da natureza.
Então cientistas resolveram fazer alguns ensaios, misturar num mesmo tacho ingredientes como crescimento e envelhecimento da população, ritmo de urbanização, índices de produtividade e aceleração econômica. Num artigo denominado Global demographic trends and future carbon emissions, publicado na revista Proceedings of National Academy of Sciences, dizem que não pretendem que suas descobertas levem à tomada de medidas, mas que sirvam para preparar as pessoas para o que virá. Todos devem ficar espertos.

Argh! Péssimo sinal. Em todo o caso, eles trazem boas e más notícias. 

Primeiro as más. Se o ritmo de crescimento atual continuar, haverá mais de 3 bilhões de pessoas no mundo em meados do século. A maior parte delas em centros urbanos. E somente isso provocará aumento de 25% nas emissões de dióxido de carbono.
O envelhecimento da população, ao contrário, é uma notícia positiva, pois os mais velhos consomem menos, exercem menor pressão sobre a produção e, portanto, sobre o crescimento econômico. O envelhecimento pode reduzir níveis de emissões em até 20%.
Pensando sobre as percentagens. 
Quase que elas por elas, poderíamos ter cidades de velhinhos e jovens curtindo a experiência bucólica da vida em ambiente rural sem a tecnologia posterior à revolução industrial... Tudo em nome da nossa segurança, claro!

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